sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pelada

Roupas amontoadas viram trouxas,pedaços de pano. Danos durante anos. Gastos nefastos. Emplastros da minha pele que precisa de tantos disfarces. Desculpa de agasalhar adornar. Fracasso. Fracasso de expressão. Prisão. Enxoval nefasto. me guardo. fico no aguardo. justo. muito justo. muito largo. muito curto. muito manchado. muito chato tudo isto tão desnecessario que chega a doer. Forjadas vontades pra que? A noite não foi feita para roupas de dormir. A camisola nos isola da pele que quer sonhar livre pra não ter que acordar logo e se amarrar em mais uma roupa que quer dizer alguma coisa. Pelada não digo nada.

Minissaia petis-pois

Nem precisei esperar.Assim que encostei o carro ela apareceu .Vinha toda "sestrosa" como diria meu pai.Para padroes paterno as ancas eram minúsculas assim como a minissaia.Uma minissaia tão previsível quanto promissora. Mas não tão vulgar a ponto de ser irresístível.Irresísitivel por não ser tão vulgar.
O sapato "carmim" era um salto alto.Uma agulhada na libido masculina como dizem por aí.
Felizmente não era um sapato com um óbvio bico fino
Eu diria que tudo estava nas medidas.Tudo estava no limite entre o que promete ser maravilhoso e ser péssimo.
Bastaria um deslize milimétrico no trejeito do estilo para...e foi justamente na oitava parte antes da conclusão deste pensamento que ela jogou a jaqueta de forma desajeitada na tentativa de liberar a mão para a abrir o portão.
Imediatamente tres moedas voaram.Não da bolsa mas do bolso jeans da jaqueta arremessada sobre o ombro
A cena prometia ser somente desastrada mas naquela mulher nada era comum.Um movimento inesperado deliciou ainda mais a minha espera. Do carro desci o insulfilm pra ver melhor.
A jovem senhora de costas ficou de frente com o olhar de procurar tres dinheiros circulares suicidas.
Fez esta manobra numa reviravolta breve meio bailarina quase masculina. As bolinhas brancas da minissaia preta quase sairam pela tangente.
Se fosse mais magra e mais alta.Se ali não fosse a saida do predio.
Se fosse uma passarela eu teria visto a evoluçaõ de uma modelo quase atleta mostrando sua pouca roupa como quem não quer nada.Tudo só pra mim entre a a casa e a rua.
Com a rapidez de um mohamed ali tentando pegar moedas no ar.Desenhou-se graficamente em cores contrastantes combinando listas pregas e babados nem brega nem piegas.
Desde o movimento até o tecido pasando pelo bairro tudo tinha classe e bom caimento.
Em menos de um segundo ela pousou de cocoras.Quando a aterrisagem se iniciava, quando os quadris partiam pra encostarem-se nos calcanhares carmins é que a dinamica da gata se alterou.E também a minha química de macho na espreita da caça.
E a pressa da presa transformou-se numa sensual camera lentissima.
Nunca um frame demorou tanto revelar-se.
Eu achava que a conhecia desde ha muito.
Suavemente ninfa de antes agora madura desceu.
Delirio pra meus olhos.Teria sido quase gozo para meu pau não fosse a minha canseira ganhar da minha excitação.
Resolvi com um zoom bisbilhoteiro vislumbrar as provaveis calcinhas.
Não que a musa do momento não as usasse.
No lugar delas um par de divinas coxas grudadas impediam que eu visse o que nunca tinha pensado em ver até aquele encontro.
Num lance hábil de extrema elegancia e precisão a jaquatiriaca de cidade transformou o prosaico movimento de pegar moedas no chão numa ação sexy-peralta.Encantadora visão.
Outros encantos eu iria encontrar nos cantos daquela antiga desconhecida.